sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fuzeta

Confesso que desde sempre gostei dos Iris. Fizeram aquelas canções engraçadas, que os afamaram por um lado, e os desgraçaram por outro. O Blitz, na sua habital arrogância lisboeta chamou-lhes "rock pimba".

Isso não é verdade. Rock, sim senhor, do puro e com alma.

Finalmente, tive o prazer de conhecer e entrevistar o Domingos Caetano, 52 anos, na Fuzeta, onde dinamiza uma escola de música com 150 alunos dos 8 aos 50 anos de idade.

domingo, 25 de julho de 2010

Talking bout my generation

A minha geração


09/06/2009 12:24 Autor: José Manuel Fonseca

A minha geração está agora no poder. Entreteve-se em meados da década de setenta a discutir politica com um entusiasmo pueril, tipicamente adolescente, cheio de certezas e absolutos imperativos incontornáveis e inexoráveis.

Participou em RGA loucas e exuberantes, colocando tudo em questão, construindo futuros imaginários inadiáveis e inelutáveis.

A minha geração respirou a explosão do ar da liberdade sem verdadeiramente conhecer o cheiro fétido do medo de pensar e safou-se da guerra. A minha geração fazia directas na praia à luz da fogueira e de sonhos generosos discutindo filmes de Tarkovsky e as obras de Milan Kundera.

A minha geração descobriu o inter-rail, andou pelos campos e pelas cidades vivendo sem barreiras e quase sem limites.

A minha geração experimentou quase tudo o que havia para experimentar. Mas a minha geração envelheceu. É como aqueles pêssegos descongelados nas prateleiras dos supermercado. Era brilhante e radiosa. Mas quando chegou a casa já estava definhada. Macilenta e sem fulgor.

A minha geração rendeu-se. Ao dinheiro, ao estatuto, à fama, à capa de revista em que se anuncia ao mundo que se planeia um divórcio ou que se vai repuxar centímetro e meio de pele no focinho. Ao óbvio, ao pragmatismo, ao ‘leasing' da mota, ao silêncio.

A minha geração entregou-se. Vive de memórias do que poderia ter sido. A minha geração que tudo questionava aceita agora o absurdo como estado natural.

A minha geração "tuita" imenso com uma raiva instantânea quando uma pessoa tem um filho queimado e tem de ir com ele para Espanha, porque aqui há armazéns com aviões de combate no valor de milhões e milhões e milhões de euros encaixotados há anos mas não há um sitio para tratar crianças queimadas. Aliviando a consciência, a minha geração rendeu-se.

A minha geração que produziu motins por segundas chamadas de exame fica agora impotente perante os concursos de promoção que já toda a gente sabe antecipadamente qual o resultado.

A minha geração que discutia as letras do Lamb Lies Down on Broadway como se a seta do tempo dependesse da exegese, consome agora doses cavalares de imbecilidade televisionada a que constitucionalmente temos todo o direito.

A minha geração que era inconveniente e comentava alto durante as sessões de cinema e levava a casa abaixo de riso, assiste agora sem reacção às nomeações de afilhados do jardineiro da cunhada do gajo da concelhia para directores do centro cultural de Alguidares de Centro.

A minha geração que prometia solenemente mudar o mundo, muda de camisa para ir assistir ao lançamento da primeira pedra da empresa presidida por um ex futuro deputado que enquanto foi subsecretário de estado a ajudou a criar facilitando tudo e um par de botas.

A minha geração que repudiava como heresia e pecado inominável a falta de honestidade comprou uma casa na falésia com desconto da sisa mas dando de vez em quando um donativo para a Liga de Protecção das Minhocas em Extinção.

A minha geração envelheceu. Amadureceu e tornou-se igual a todas as outras que capitularam perante o "fado". Não há nada de especial na minha geração. Vai a Bruxelas e tem casas de cinco assoalhadas com estacionamento e ‘jacuzzi'. Acomodou-se. Vai a despacho.

A minha geração aprendeu que o respeitinho é muito bonito. A minha geração acotovela-se para aparecer na TV atrás do senhor ministro enquanto ele diz coisas com ar grave e advérbios de modo.

A minha geração tornou-se numa força incontornável de amanuenses venerandos e realistas. Eu sou da minha geração. Mas não tenho orgulho nisso.

(Fotos gentilmente cedidas pelo meu amigo Ch. Bártolo tiradas na estação de Aveiro)

Vespas no MUDE



Para o infinito e mais além...........................................

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um vespeiro

É tempo de vespas é tempo de cigarras vive na sombra e nas madrugadas...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A vida está na rua


Abominável coisa é o bom êxito, seja dito de passagem. A sua falsa parecença com o merecimento ilude os homens. Para o vulgo, o bom sucesso equivale à supremacia. A vítima dos logros do triunfo, desse menecma da habilidade, é a história. Só Tácito e Juvenal se lhe opõem. Existe na época e sente uma filosofia quase oficial, que envergou a libré do bom êxito e lhe faz o serviço da antecâmara. Fazei por serdes bem sucedido, é a teoria. Prosperidade supõe capacidade. Ganhai na lotaria, sereis um homem hábil. Quem triunfa é venerado. Nascei bem-fadado, não queirais mais nada. Tende fortuna, que o resto por si virá; sede feliz, julgar-vos-ão grande. Se pusermos de parte as cinco ou seis excepções imensas que fazem o esplendor de um século, a admiração contemporânea é apenas miopia. Duradora é ouro. Pouco importa que não sejais ninguém, contanto que consigais alguma coisa.


O vulgo é um narciso velho, que se idolatra a si próprio e aplaude o vulgar. A faculdade sublime de ser Moisés, Esquilo, Dante, Miguel Ângelo ou Napoleão, decreta-a a multidão indistintamente e por unanimidade a quem atinge o alvo que se propôs, seja no que for. Que um tabelião se transforme em deputado; que um falso Corneille componha Tiridates; que um eununco chegue a possuir um harém; que um Prudhomme militar ganhe por casualidade a batalha decisiva de uma época; que um boticário invente solas de papelão para o exército de Samba e Mosa, e, vendendo-as por couro, consiga arranjar uma fortuna de quatrocentos mil francos de rendimento; que qualquer pobretão case com a usura e a faça parir sete ou oito milhões, de que ele é pai e ela mãe; que qualquer pregador arranje a ser bispo, à força de falar pelo nariz; que o mordomo de qualquer casa grande saia dela tão rico, que obtenha a pasta das Finanças, os homens chamam a isso Génio, do mesmo modo que chamam Beleza à cara de Mousqueton e Majestade à aparência de Cláudio. Confundem com as constelações do abismo as estrelas que os gansos imprimem com as patas na superfície mole do lodaçal.

Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'

sábado, 17 de julho de 2010

As confissões de Perpétuo Murcho

Dou comigo a pensar no que será possivel fazer para sair desta espécie de buraco civilizacional em que nos encontramos (alguns).
De como é bom ouvir histórias de pessoas que conhecemos que nos trazem coisas como caracoletas estufadas comidas na Austrália, outro que nos conta da atracção amorosa por uma rapariga num concerto em Glastonbury, outro que conta das tainadas com os magnates do norte e do belo peixe que comeram, do outro que sabemos ser surfista e no entretanto vai fazendo uns belos fumados de peixe, da outra amiga que acabou de vir do Equador e tem coisas incríveis para contar, de falar com pessoas com histórias, portugueses, brasileiros, holandeses, irlandeses, ingleses, peruanos, o que for...
Mas a vida também somos nós que a fazemos e apesar de entalados há sempre uma nesga onde podemos escapar, há sempre uma glória que é bom ser vivida e lembrada.
Por outro lado gostava de saber escrever com desenvoltura e prespicácia sobre temas que me incomodam como a miséria de parques infantis que estas cidades do sul têm para receber as crianças que cá moram e as que as visitam, sobre os reais problemas do déficite que ninguém parece querer apontar, como o gasto excessivo de electricidade e de água e o total mau aproveitamento dos recursos que temos mas infelizmente não tenho esse dom e encontro refúgio nestas ternas motorizadas que não se queixam e se tornam veículos das minhas infantis mágoas...

domingo, 11 de julho de 2010

Acabar de vez com a cultura



" - Rabi, porque é que não nos é permitido comer carne de porco?

- Não é? - disse o reverendo, incrédulo. - Oh, oh.
Esta é uma das poucas histórias de toda a literatura assídica que aborda a lei hebraica. O rabi sabe que não deve comer carne de porco; mas não liga, porque gosta de carne de porco. Não só gosta mesmo de carne de porco como se pela por ovos de Páscoa. Em suma, importa-se muito pouco com a ortodoxia tradicional e acha a aliança de Deus com Abraão «uma balela». A razão pela qual a carne de porco é proscrita pela lei hebraica é ainda obscura, acreditando alguns estudiosos que a Tora sugere meramente que não se deve comer carne de porco em certos restaurantes."

Parece bastante geográficamente óbvio que aquela malta do médio oriente não devesse comer porco devido ao excessivo calor (e outras cegadas como ácido úrico etc.) agora é pena é terem continuado fundamentalistas, bardamerdas!

Viva o Woody!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Riqueza perdida



Estamos a regressar à necessidade de recriar o tecido produtivo Europeu e/ou Ocidental onde, quer se queira quer não, vivemos. Estamos a perder riqueza.

Acabou a economia imaterial e abstracta, baseada na circulação de capital. Foi um estágio primitivo dum possível modelo futuro de se criar valor sem materialidade. Um velho sonho da humanidade... mas ainda distante. A entropia manda e não deixa...
Por enquanto as regras económicas ainda se baseiam no material e real! E é com elas que temos que jogar...
E é aí, e em mais nada que me foco. Há fundos da UE disponíveis, os últimos que nos vão dar, mas pouca competência e capacidade em Portugal de se perceber e preparar o futuro. E isso é muito frustrante.
Os objectivos da nova economia, ideologias ou clubismos à parte, é trabalhar para se prepararem os profundos choques que vão ocorrer a curto médio prazo em quatro frentes:

- Demografia

- Energia

- Água

- Escassez de recursos naturais

Essa é a essência da Low Carbon Economy. É preciso fazer mais com menos recursos, energia e impactes ambientais (eco-eficiência, o novo drive civilizacional). É preciso saber gerir de forma simples, sistemas ainda mais complexos que os actuais.
Ora, o que vejo é que nem sistemas primários e primitivos que temos sabemos gerir!!! Por isso, pela incompetência da gestão, repito gestão, já que não temos uma politica, o país está entregue a corporações que puxam pelos seus interesses, médicos, farmacêuticos, advogados, economistas, políticos, etc...etc... um sintoma de feudalismo e atraso... Isso tem que acabar. É demasiado primitivo...
Temos um estado que não funciona politicamente. Mas para distribuir migalhas ao povo dando emprego para manter o pessoal ocupado e pelas costas dar ainda chorudos ordenados aos que fazem ainda menos, já que gerem nada (alguns dos ordenados maiores do mundo!!)
O estado não pode ser um sistema de criar emprego! Tem que ser uma máquina eficiente de gestão permitindo e ajudando o trabalho. E isso só se consegue havendo uma visão, uma estratégia de acção para que os cidadãos acreditem no que fazem... trabalhar já é uma valente merda!!! E trabalhar pró balão, nem tem qualificação, é mesmo desumano... Essa é uma das grandes conquistas da modernidade ocidental, libertarmo-nos da escravatura do trabalho.... ostracizamos o mundo inteiro para termos isso. No inicio do milénio 10% da humanidade consumiam 90% dos recursos! Era insustentável. Mas pelo caminho não nos devemos esquecer dessa conquista, de lhe darmos valor. Senão, 500 anos de exploração global não serviram para nada. De tal forma que pensávamos ser possível pôr o mundo a trabalhar para nós, que nos esquecemos que somos pobres, não temos recursos... e assim acabamos com as industrias produtivas pensando que podíamos viver de gerir à distância, consumir e cobrar impostos. O ocidente tem que descer do pedestal aristocrático em que caiu, perder algumas benesses e providencias, e estabilizar os níveis de riqueza. Tem outra vez que saber tirar partido da criatividade, conhecimento e trabalho e resiliência que nos tiraram um dia da pobreza. Sustentar-se no seu espaço geográfico para poder ser global.
Ora, a uma visão e estratégia de acção chama-se politica. E isso não existe no Ocidente. Mas em Portugal é particularmente gritante...
Pensamos que podemos continuar a ser aristocratas, só que agora é a vez dos outros... não vai ser fácil.
Todos os países de referência estão a preparar-se para essa nova realidade. Nós continuamos confiantes de que podermos existir sem produzir nada, repito, nada... e até podemos, mas na pobreza.
A questão é que o problema não é da UE, é nosso. Estamos de novo a cair na espera que nos caracteriza. Sem quebrarmos o ciclo não vamos lá. E este governo não sabe.

(No Facebook do Agente Verdíssimo)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Às vezes na canícula

Não sabemos onde estamos, o que fazer, para onde vamos, o que pensar? Entramos ou saímos, arrumamos ou dormimos, revoltamo-nos ou revolvêmo-nos na lama que criamos? Procuramos e não encontramos mas aquilo está lá envolto numa ténue cortina está lá (e não consigo)... Então vou de mansinho ao virtual consolo e carrego mais um fardito no armazém desmedido desta expectante medusa. Dou comigo em citações:
O homem deveria ser a medida de tudo. De facto, ele é um estranho no mundo que criou. Não soube organizar este mundo para ele, porque não possuía um conhecimento positivo da sua própria natureza. O enorme avanço das ciências das coisas inanimadas em relação às dos seres vivos é, portanto, um dos acontecimentos mais trágicos da história da humanidade. O meio construído pela nossa inteligência e pelas nossas intenções não se ajusta às nossas dimensões nem à nossa forma. Não nos serve. Sentimo-nos infelizes. Degeneramos moralmente e mentalmente.

domingo, 4 de julho de 2010

A Perdigota e uma nota de Brooklyn


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.


Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.

Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.

Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.

Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.

Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.

Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.

Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.

Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.

Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.

Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.

Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.

Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.

Que loucura, meu Deus!

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.

Só que, as condições eram estas:

Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Fernanda Braga da Cruz

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Horizonte sem ideias

Com batatas se fazia o mundo de retidão de Valdomiro Espiridião.
Agora estava na hora de fornecer a ambição gourmet dos seus conterrâneos da beira-mar com a excelente batata nova da Boavista. As notícias do litoral demonstravam que o ano turístico enfrentava a sua derradeira prova e pelo que se via (quase ninguém) seria a hecatombe. "A Europa definha, as civilizações definham, não há problema porque no entretanto sempre pode advir a barbárie" - especulava o monchiqueiro com o esforço dos sacos no lombo experiente...

Que não nos falte a comida do pobre.